quarta-feira, junho 28, 2006

Mais?!

Além da sala dos coches, a sala das exposições temporárias chamava a atenção e envolvia as crianças em jogos e criações. Diferentes grupos foram-se formando, tentando concentrar-se em apenas uma solicitação numa sala cheia de novidades e de... barulho! Mas barulho saudável, daquele que reflecte exploração, questionamento, descoberta... alegria de aprender.


Por onde começar?

Quando entravam no museu, as crianças, além de conversarem sobre o que é um museu e sobre as suas experiências anteriores nesse espaço, sentavam-se nuns confortáveis almofadões e assistiam a partes de um episódio do "BOB, o construtor" com tradução em língua gestual portuguesa. Discutia-se a razão de ser dessa situação e tentávamos perceber os gestos...

E a seguir?

A sala dos coches do Museu de Lamego estava repleta de jogos e desafios! E rapidamente ficou repleta de crianças, muitas, muitas, muitas!, a quererem explorar esses materiais e propostas.


Descrição do projecto

MELL [museu educação e lúdico em lamego] - Jogar com sentido(s)

foi um projecto desenvolvido pelo Pólo de Lamego da ESEV no Museu de Lamego, no âmbito das comemorações do XXIII aniversário da ESEV e do Dia Internacional dos Museus (18 de Maio).

Descrição:
O conceito de jogo combina ideias de liberdade, de invenção, mas também de limites e de regras. Encontramos jogos de inúmeros e variadíssimos tipos: de sociedade, de destreza, de azar, de paciência, de construção, ao ar livre, de colaboração... Associamos a todos e a cada um, uma atmosfera de envolvimento, de descontração e de diversão. Mas também de aprendizagem, lúdica certamente, significativa indubitavelmente.
Com base nesta ideia de jogo, de regras que definem o que e o que não é permitido, que aceitamos na medida em que temos vontade de jogar, o Pólo de Lamego da Escola Superior de Educação (ESEV) e o Museu de Lamego propuseram uma exposição interactiva de materiais pedagógicos adaptados. Estes foram construídos em função de diferentes necessidades especiais, permitindo, mediante a aceitação das regras do jogo, uma vivência de situações em que a visão ou a audição, por exemplo, se tornam essenciais para explorarmos as situações propostas.
O público mais jovem do Museu foi, assim, desafiado a utilizar as suas capacidades de forma a apropiar-se da sua importância, reflectindo-se as implicações das necessidades especiais implicadas em cada material. A questão da acessibilidade nos museus surgiu transversalmente a esta exposição, quer ao nível de infra-estruturas arquitectónicas (rampas, elevadores, casas de banho adaptadas, etc.), e de outros dispositivos, como publicações em braille e audio-guias, para que o acesso físico seja uma realidade para todos, quer ao nível de outras dimensões como a cultural, intelectual e social, na linha das propostas do Grupo para a Acessibilidade dos Museus (GAM).

Este, como os demais projectos conjuntos entre o Museu e a ESEV, teve como objectivo aprofundar a relação entre as instituições, desenvolvendo um trabalho colaborativo cuja abordagem articulou, neste caso, o lúdico como estratégia de aprendizagem e base para a exploração de objectos e jogos, a problemática das necessidades especiais e da acessibilidade, com foco nos museus, e a aprendizagem e desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais que participem nas actividades oferecidas.

Esta proposta concretizou-se em quatro a cinco salas de exposição onde se encontravam os materiais construídos pelos alunos dos 2.º e 3.º anos dos cursos de Professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico e Educação de Infância. Os grupos de crianças das escolas da cidade de Lamego dos dois níveis de escolaridade correspondentes aos cursos, bem como da Associação Portas para a Vida, foram convidados a visitar a exposição, sendo orientados na sua exploração da mesma pelos alunos. Pretendeu-se que os processos de aprendizagem promovidos junto das crianças com os materiais se constituissem, por sua vez, como contexto de construção de conhecimento para os alunos da ESEV.